sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Doce Sacrifício - Capítulo 23 [On the other side]

Musica tema: No Such Thing [John Mayer]

Juro solenemente que não farei nada de bom

Um ano atrás.
– História narrada por Brenda Hitachiin –

Os quatro me ouviam atentamente. Estávamos em mais uma de nossas “reuniões” e eu ditava as regras mais uma vez. Afinal um pouco de chantagem nunca fez mal a ninguém.
- E é bom que não contem isso a ninguém ou eu conto não só os seus segredos, mas os de suas famílias também! O que pode ser um pouco perigoso, não é Matthew?
- Você não se atreveria! – ele diz firme, me desafiando, mas eu podia ver o medo em seus olhos. Ele não sabia até aonde eu poderia ir e para ser sincera nem eu mesma sabia.
- Não? Eu conheço cada podre seu. Cada família que a sua própria destruiu.
- Isso é muito sério. Você não deveria brincar com essas coisas.
- Eu não estou brincando, Everdeen! – me recosto em minha cadeira e olho para os quatro ali reunidos comigo. Além de Matthew e Jessica, Alison e Emily também estavam presentes. – Eu sei a seriedade da situação, mas o que fazemos é tão grave quanto. Por isso eu preciso ter certeza que vocês nunca contarão a alguém.
Veja, eu não sabia que a boca grande daqueles quatro era o menor dos meus problemas. O meu verdadeiro fim estava acima disso.
#

Eu costumava estar bêbado de amor, mas agora eu estou de ressaca.

O Joey’s estava agitado, Matthew tinha a impressão de que todos os adolescentes de Los Angeles estavam ali. Compreensível, já que aquele era um dos poucos lugares que vendiam bebidas alcoólicas para menores de idade livremente. Ao que parece, o dono não temia o risco.
Sentada num dos bancos a frente do balcão, Emily afogava seus problemas num copo de tequila. Ao vê-la, Matthew não pensa duas vezes antes de sentar-se ao seu lado.
- Companhia?
- Não, valeu. Hoje eu estou com o Sr. Tequila – Pieterse ergue seu copo, esboçando um sorriso bêbado e desanimado.
- Ele não parece estar te tratando muito bem.
- Então ele e o resto do mundo têm muito em comum.
- O que aconteceu?
Emi toma mais um – grande – gole antes de responder:
- Meus pais me odeiam, eu briguei com a Ashley e acabei falando alguma coisa estúpida e agora a Vanessa está brava comigo. E ainda tem o Taylor...
Fitch revira os olhos, mas você pode simplesmente dizer que ele estava com ciúmes.
- Eu sabia! Tudo se resume ao idiota do Taylor!
- Você não ouviu o “meus pais me odeiam” e “Vanessa está brava comigo” não?
- Mas esse não é o melhor jeito de resolver – ele aponta com a cabeça para o copo de vidro que a garota segurava.
- Por quê? Não é isso o que você faz? Beber até afogar o rim e dormir com todas as garotas que você conhece?
- Mas esse não é o seu caso, é?
Ela olha para baixo, pensativa.
- Eu acho que não...
E é assim que se descobre que o garoto está apaixonado: quando ele tem a chance de comer a garota, mas deixa passar, esperando tolamente pela oportunidade quando ela estiver sóbria.

[...]

Depois de algum esforço, Matthew finalmente consegue fazer com que Emily dormisse. Ela conseguia ser ainda mais teimosa quando estava bêbada. E eu sei muito bem do que estou falando.
Matty ouve um celular tocar dentro da bolsa da garota e ao constatar que era Vanessa quem ligava, achou melhor atender:
- Alô?
- Quem ‘ta falando?
- Hei Vanny. É o Matt.
- Cadê a Emily? – a garota pergunta num tom acusatório. Bem, eu não a culpo.
- Dormindo, como um anjo. Ah é! Obrigado Vanessa, por sua causa agora eu vou ter que dormir no sofá.
A revirada de olhos que a garota deu a seguir até Matthew conseguiu prever.
- Ela ‘ta bem?
- Claro! Ela está comigo, esqueceu?
- ‘Tá bom gênio, e o que eu falo pros meus pais agora?
- Isso já é com você. Tchau, tchau Vanny – ele desliga o celular, só para irritá-la. Ter deixado a outra se virar sozinha numa hora dessas é um ótimo exemplo do por que de que você não deve confiar em Matthew Fitch.
Vanessa joga seu celular na cama, desejando que o aparelho fosse a cabeça de Matty e que ela pudesse tacá-la na parede.
- Matthew seu irresponsável! Mas a culpa é sua Vanessa. Não deveria ter deixado a Emily sair daquele jeito! – ela senta-se em sua cama, exasperada e olha ao redor. – Ótimo! Agora eu estou falando sozinha!

[...]

Crianças aprendam uma coisa com a tia Brenda: exagerar na bebida nunca faz bem.
Emily acordou na manhã seguinte com os raios de sol incomodando seus olhos. Ela nem mesmo teve tempo de assimilar onde estava; algo subiu pela sua garganta e a pobre garota saiu em disparada até o banheiro.
Vagas e curtas lembranças da noite passada preenchiam sua mente, mas ela só notou que estava na casa de Matthew quando este foi chamá-la para tomar café na cozinha.
- Eu não me lembro de nada... – Emily pega a maçã ao lado de seu prato, dando-lhe uma mordida.
- Bem, você subiu em cima do balcão do bar e começou a fazer um strip-tease – Matt tenta manter a feição séria enquanto a garota quase se engasga com o pedaço da fruta que mastigava.
- Sério?
- Não, mas quase. Então pode agradecer ao seu anjo da guarda aqui – ele sorri convencido, observando-a terminar seu café.
- Você está mais para um capetinha do que para um anjo.
- O que posso fazer? É o melhor dos dois mundos.

[...]

Vanessa estava à beira de um ataque, enquanto Ashley andava de um lado pro outro da sala. Se Emily não voltasse antes do almoço, seus pais descobriram que ela não passara a noite ali e ligariam para os pais dela, que por sua vez ficariam furiosos e as três garotas estariam numa grande encrenca.
Mas parece que alguém lá em cima resolveu ouvir as preces de Vanessa e ela dá graças a Deus ao ver Emily passar pela porta.
- Até que enfim Emily! O que aconteceu com você?
- Então você estava mesmo com o Matthew? – Vanny e Ashley começam a fazer perguntas ao mesmo tempo, deixando Pieterse confusa.
- Por que não voltou ontem?
- O que vocês estavam fazendo?
Puta que pariu!”.
- Dá pra falar mais baixo, por favor? – Emily se joga no sofá, colocando as duas mãos na cabeça. “Ressaca é uma merda”.
- Ok. E você pode começar a se explicar – Vanessa senta-se no outro sofá, de frente para ela.
- Explicar o quê?
- Matthew! Ele ajudou você. Ele nunca ajuda ninguém!
- Isso não é verdade! Às vezes ele faz coisas legais – Ashley decide entrar na conversa, para defender o garoto que não podia fazê-lo por si mesmo.
- É claro, tipo engravidar a minha irmã!
- Pensei que já tivéssemos superado isso – Emily aperta uma almofada contra o rosto, prevendo a discussão de irmãs que ia surgir. “Alô, pessoa com a cabeça explodindo aqui!
- A sua total falta de responsabilidade com o que fez depois não dá pra superar!
- Cristo, Vanessa! Às vezes você parece com a mamãe, sabia? Cansei dessa sua mania de controlar tudo. Como se você fosse perfeita!
#

Desculpem-me por isso. Fiquei entediada.

Os irmãos Marshall esperavam do lado de fora do Pantages Theatre. Aquele seria um grande show e Jeremy mal podia esperar para ver sua banda preferida ao vivo.
Nicholas olha mais uma vez o horário em seu celular, a impaciência do irmão mais velho estava contagiando-o.
Jeremy dá um aceno de mão para alguém atrás de Nick e quando esse se vira para ver quem era limita-se a fazer uma careta: David vinha acompanhado de sua nova “irmã” irritante Alexandra.
- Ih David, trouxe o encosto? – Nicholas esboça um meio sorriso, provocando a garota.
- Encosto é a mãe!
- Fica quietinha aí porque ninguém te chamou pra conversa.
- E eu não invoquei o diabo, mas olha você aqui!
- ‘Ta legal gente, já chega! – David resolve parar a “socialização” dos dois antes que eles saíssem no tapa.
Jeremy abre a boca para fazer um comentário, mas desiste. Ele sabia que não seria ouvido, já que a atenção do irmão caçula e de David estavam na garota loira que passava por eles: Alison Fitzgerald, que sorri discretamente ao notar os olhares sobre ela. Aquela seria uma grande noite.
Alexandra revira os olhos e cruza os braços a frente do peito, claramente irritada pelos três patetas estarem praticamente babando pela Barbie punk. Mas logo sua expressão se suaviza ao ver Madison e Rachel andando até eles.

[...]

Cheio. Aquele lugar estava cheio. O Pantages era um teatro enorme, mas naquele momento ele parecia pequeno demais. Principalmente para Rachel. Por que ela aceitara ir mesmo? Enquanto via David se balançando ao ritmo da música, ela não conseguia achar uma resposta convincente. Talvez ela devesse dar meia volta e simplesmente ir embora. E passar o resto da noite pendurada ao telefone, falando com Cody, que estava do outro lado do país.
Namoro a distancia nunca fora o seu forte, mas ela estava determinada a fazer isso dar certo. O que ela não sabia, porém, é que Cody não estava. Enquanto Rachel se sentia culpada por às vezes ficar balançada com as investidas de David; Cody divertia-se num ménage com duas garotas que conhecera em Detroid, seu novo lar.
Madison passa seu braço direito em volta de Rachel enquanto o esquerdo balançava acima de sua cabeça. Ela e Alexandra exibiam sorrisos enormes, cantando a letra da música junto com a banda. Rachel então percebe que seus pensamentos estavam a impedindo de curtir um dos melhores shows da sua vida, logo, ela também ergue o braço acima de sua cabeça, balançando-o no mesmo ritmo de Madison e cantando o mais alto que podia.

[...]

Quase duas horas depois, no final do show, os seis jovens decidem passar em uma lanchonete (ideia de Madison; super aprovada por Jeremy). O grupo se divide e as meninas entram no carro da Lexi.
Se ao menos elas soubessem por que Alison estava naquele teatro, elas ficariam bem longe do automóvel. E tenho certeza que Alexandra concordaria comigo assim que ela tentou parar no sinal vermelho que se aproximava.
- Droga...! – ela resmunga, pressentindo o pânico tomar conta dela.
- O que foi? – Madison pergunta ao seu lado. Se eu fosse ela, começava a gritar desde já.
- O freio não está funcionando!
- O quê? – as duas passageiras perguntam em uníssono.
Enquanto Alexandra apertava desesperadamente o pedal do freio, Rachel olha pela janela e só tem tempo de dizer:
- Lexi, cuidado!
O carro que atravessava o outro sentindo da rua buzina ao vê-las passando, mas não tem tempo de parar e acaba acertando o carro das garotas, batendo em cheio no lado do motorista. Mas não se preocupem: tudo em que resultou esse acidente foi somente uma perna quebrada para Alexandra. Afinal eu nunca as colocaria em “risco de morte”. Quem eu atormentaria se elas não estivessem mais aqui?
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Lembram que eu disse que esse seria um capítulo "especial"? Então: especialmente idiota e sem graça. Eu tentei, juro, mas isso foi tudo o que eu consegui fazer. Não que esteja de todo ruim, pode estar um pouco sem nexo, mas ele era importante para "reviver" esse negócio da Brenda e tudo o mais.
No próximo já volta para o tempo atual, porém não sei quando o posto, só avisando.
Obrigada a quem leu até o final dessa... coisa. E amanhã tem ENEM, boa sorte pra mim (e pra quem vai fazê-lo). ~Chu.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Doce Sacrifício - Capítulo 22 [I think I'm gonna loose it]

I guess I should've seen the warning signs
Musica tema: Friday Night [McFly] <3

Com um copo de plástico na mão esquerda, Alison observava os jovens que passavam pela sala e corredor, enquanto ela estava sentada nos degraus da escada. Pelo canto do olho, ela vê um garoto sentar-se ao seu lado: Nicholas.
- Você ‘tá legal?
- Eu estou bem, estou perfeita! Afinal, quem precisa de melhores amigos? Eu não preciso, posso me divertir sozinha! Ora, é isso o que eu estou fazendo agora, uhul, isso está super divertido! – Alison levanta o braço livre, como se estivesse comemorando alguma coisa, mas a sua total falta de entusiasmo só faz com que Nick ache a cena ainda mais engraçada.
- E você está super bêbada – ele diz em meio ao riso.
- Eu não! Eu só bebi um pouquinho – ela mede com os dedos polegar e indicador, deixando pouco espaço entre eles e Nicholas a olha em repreensão. Alison dá um sorrisinho e aumenta mais o espaço entre os dedos, até que os dois estivessem bem esticados. – Mas isso aqui é uma festa, certo? Então não me culpe! Eu já sou culpada de muita coisa – ela começa então a contar as sentenças com os dedos. – De quebrar promessas, de acabar com uma amizade de anos... eu sou uma destruidora de lares, Marshall! – ela diz a ultima frase com um desespero maior, chacoalhando os ombros do garoto com as mãos, derrubando um pouco da bebida em seu copo.
- O que eu faço com você Alison? – ele diz em repreensão, balançando a cabeça para os lados, tentando se manter sério, mas um sorriso lhe escapa dos lábios.
- Me ame, me alimente, nunca me abandone – e então ela esboça uma carinha triste, da qual poderia fazer Nick ficar com pena dela se a situação toda não fosse tão hilária. – Porque ela já fez isso, ela me abandonou!
- Quem?
- Jessica. Você não soube? Ela quase quebrou minha cabeça contra os armários do colégio ontem.
- É eu fiquei sabendo – ele passa a mão pela cabeça dela, para consolá-la e pra ver se ela se acalmava. Ele pensa em perguntar o que aconteceu entre as duas, mas desiste. Alison estava tão bêbada que mesmo que tentasse explicar, ele não iria entender nada.
Alexandra para na frente dos dois, mas só olha para o namorado, tentando ao máximo fingir que a outra garota não estava ali.
- Chega de ficar bancando a babá da bêbada, Nick. O Jeremy ‘tá acabando com todo mundo no beer pong*, vem ver – ela o puxa pelo braço, levantando-o dali. Ele olha preocupado para Alison, que balança a cabeça e sorri.
- Tudo bem, eu vou ficar legal. Pode ir com o aborto que deu errado – Alexandra solta o braço do garoto e olha com um misto de raiva e espanto para Alison.
- Como é que é lagartixa albina?
Nicholas fica entre as duas e segura na mão da namorada.
- Ta bem, chega! Vamos logo Lexi – ele tira a garota dali, que ainda fuzilava Ali, que por sua vez sorria e mandava um tchauzinho com a mão para eles.

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Nicole andava pelo corredor, sorrindo e cumprimentando as pessoas por quem passava. Até que ouve um assobio e vira-se para ver quem era o engraçadinho. E quando nota Thompson ao seu lado mal consegue conter a vontade de revirar os olhos e deixá-lo ali.
- Nem vem David, não to com paciência pra você – e era isso o que ela ia fazer, mas ele segura seu braço, impedindo-a de continuar andando.
- Calma. O que foi que eu fiz?
- E ainda tem a cara-de-pau de perguntar? Você me ignorou completamente desde aquela festa no E-Zine! Ah mas é claro, agora você tem a sua amiguinha pra te dar o que a Rachel não quis. Qual é David, ela tem cabelo roxo, isso é ridículo!
Ele sorri e aproxima-se mais dela.
-Você está com ciúmes Niki?
- Te fode Thompson! – ela cruza os braços e revira os olhos, pra deixar claro que aquela ideia era um absurdo.
- Eu prefiro que uma garota faça isso por mim – David a puxa pela cintura e deposita um beijo em seu pescoço.
- Você não presta – ela tenta manter-se séria, dando a entender que ele não conseguiria nada tão cedo, mas o sorriso que teimava em lhe escapar e sua pele arrepiada pelo toque dele a denunciavam.
- Eu sei, você sabe, todo mundo sabe disso. Será que dá pra pular pra parte que interessa? – e quando deram por si, eles já estavam no quarto de Nicole, se beijando como se não houvesse amanhã.

#
As duas vezes que Michelle perdera no beer pong estavam começando a lhe fazer mal. Ela se senta num dos sofás e espera até a tontura passar. Jeremy e Harry malditos! Podiam ter sido um pouco mais cavalheiros e terem deixado-a ganhar. E ela ainda pretendia virar alguns shots com Nicole como era o costume sempre que uma delas fazia aniversário. Dezoito anos, dezoito shots.
Seu mal-estar já estava passando e ela já se sentia hábil de levantar e ir atrás da amiga, porém ela escolhe erroneamente dar uma olhada para as pessoas no cômodo em que se encontrava. E então ela vê – do outro lado da sala, bem em frente ao sofá em que estava sentada – o casal que ela mais amava no mundo (ironia, a gente se liga em você): Vanessa e Raphael meio que dançavam, meio que se beijavam, ignorando as pessoas que ocasionalmente esbarravam neles.
Era só o que lhe faltava! E por alguma razão que Michelle não entedia, ela não conseguia desviar o olhar. Talvez fosse o álcool que estivesse incentivando esse seu ato masoquista. E ela só parou de olhá-los quando notou pela sua visão periférica uma garota sentar ao seu lado: Ashley. A ironia da situação quase fez Michelle soltar uma risada bêbada e histérica. Quase.
- Você ainda gosta do Raphael?
Caramba! Ashley poderia ser um pouco menos direta.
- O quê? Não! Claro que não! – era mentira e Michelle realmente odiava mentir para suas amigas, mas ela não podia dizer a verdade, principalmente sendo que a namorada de Raphael era a irmã de Ashley.
- Então por que você estava encarando os dois?
De repente ela se perguntou por quanto tempo ficara ali parada os observando. Tempo o suficiente para Ashley reparar, pelo visto.
- Eu estava? Eu estou bêbada, Ash, não sei o que eu estou fazendo – ela dá de ombros, tentando mostrar que não era nada de mais. E talvez tenha funcionado porque Ashley não tocou mais no assunto. Mas a verdade é que ela estava ocupada demais seguindo com o olhar os movimentos da loira que passara pelo corredor. Uma ideia idiota passa pela sua cabeça e ela decide perguntar antes que pensasse melhor.
- Michie?
- Sim?
- Você tem conversado com a Cassie?
- Sobre?
O que ela diria agora? Ela não podia contar sobre a noite de halloween e as consequências daquele ato mal pensado. O que Michelle ia pensar? Ashley ainda não queria saber a resposta.
- Coisas...
- Que coisas? Você quer me contar alguma coisa? – Michie não olha diretamente para ela e Ash agradece por isso ou a loira poderia perceber que ela estava mentindo.
- Eu? Não...
Ela pensa que Michelle iria insistir no assunto, mas então ela muda totalmente o rumo da conversa (talvez ela estivesse bêbada demais para se concentrar numa coisa só).
- Aquele ali não é o Logan?
Ashley não precisou olhar para a direção em que Michelle apontava, ainda bem, discretamente. Ela sabia que era ele, ela o vira ali antes.
- É sim. Por quê?
- Você deveria ir lá falar com ele.
- Pra quê? – a loira lhe lança seu melhor olhar de “’ta de brincadeira?” e Ashley teve de concordar. Era meio óbvio o que Michelle queria dizer.
- Ele ‘ta olhando pra você – Michie sorri para a amiga, esperando que ela fizesse alguma coisa. Ashley olha para o rapaz, encontrando aquele par de orbes azuis que lhe eram tão fascinantes, mas de repente ela não via mais interesse algum. Só que ela sabia que inventar uma desculpa para não ir até ele lhe custaria muito empenho, então ela escolheu o caminho mais fácil:
- Certo. Não espere por mim – a morena diz antes de se levantar, ajeitar o vestido e ir até o garoto. O que ela descobriria no final da noite que fora uma total perda de tempo.

#
Tédio. Essa palavra definia por completo a noite de Jessica, que agora se encontrava deitada em sua cama, olhando para o teto e inflando as bochechas, fazendo barulhos com a boca. Jess olha para a estante de livros num dos lados do quarto. Ela ainda não tinha terminado de ler Cidade de Vidro e agora parecia uma boa hora para isso, mas antes que ela se levantasse para buscá-lo seu celular toca. Talvez fosse Alison, mas não fazia a índole dela ficar correndo atrás e mandando mensagens de desculpas; e realmente não era a Fitzgerald:
Só achei que seria legal você tomar uma dose do seu próprio remédio. –G
E logo abaixo, duas fotos e um vídeo. A primeira foto mostrava Matthew e Emily sentados na varanda da casa dela, provavelmente conversando, já a segunda, Naomi engolindo a cabeça de Joshua, agarrada nele como se sua vida dependesse disso e por fim o vídeo: David e Nicole se comendo num quarto (na boa, quem ficou lá para filmar isso era muito pervertido!).
Sem pensar duas vezes, Jessica apaga aquela mensagem de seu celular. Ela não precisava daquelas imagens e muito menos do vídeo traumatizante. Afinal, o que leva uma pessoa ficar a espreita num quarto para capturar um momento tão indecente? –G tinha problemas mentais muito sérios, um monte deles!
E pra que mostrar aquilo pra Jessica? O que ela tinha a ver com isso? E como uma resposta de seu subconsciente que não sabia ficar quieto, ela se lembra da fala de uma daquelas garotas: mas isso um dia vai acabar com você. Querer todos eles só vai fazer com que você fique completamente sozinha!
Querer todos eles... Uma dose do seu próprio remédio... Sozinha...
- Emily?!
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*Beer pong: é um tipo de ping pong com cerveja. O objetivo é acertar a bolinha dentro dos copos de cerveja do adversário e, cada vez que você acerta, seu oponente tem que beber. O jogo acaba quando alguém tiver bebido tudo.
Não, eu não me atrasei pra postar. Agora eu vou mesmo demorar um pouco mais entre cada postagem, desculpem-me. Motivos: Está mais difícil para escrever os capítulos e com a chegada do ENEM eu tenho que dar uma pausa maior para estudar.
Also: o próximo capítulo é um especial, então aguardem ansiosamente hushaush '
Respostas do cap. 21 aqui e novo post no JJ aqui.
~Chu.