sábado, 28 de setembro de 2013

Doce Sacrifício - Capítulo 21 [You make me breakout]

Michelle and Cassie xD
Música tema: Breakout [Foo Fighters]

Um borrão azul e branco passa por David antes que ele pudesse perguntar qualquer coisa. O garoto decide segui-la, pressentindo que aquilo não era somente mau humor matinal. Algo muito grave aconteceu.
Dividida entre fúria e perplexidade, Jessica anda até sua “amiga” que arrumava alguns livros em seu armário. Ela a gira pelos ombros e a imprensa contra os armários.
- Mas o que... – Alison tira os fios de cabelo do rosto e fica ainda mais confusa ao notar quem é que a apertava contra as portas de metal. – O que foi?
- Foi você! – a menina a fitava com tanta intensidade que a loira abaixou o olhar instintivamente. Ela não conseguiria fitar aqueles olhos acinzentados e inventar mais desculpas, não importa o quanto Jessica a pressionasse – Por quê?
- Estão todos olhando pra gente agora, me solta.
- O que está acontecendo? – David finalmente chega até elas e as olha intercaladamente, a espera de uma resposta, mas ele é ignorado completamente.
- Jessie... – seja o que for que Alison ia dizer, foi interrompido pelo som do primeiro sinal tocando. Jessica finalmente afrouxa seu aperto sobre a loira e solta seus braços, dando um passo para trás. Alison pega sua bolsa do chão e segue para a sua aula de História Americana antes que a outra mudasse de ideia e tacasse sua cabeça contra a parede – mais uma vez.
Os olhos de Jessica pareciam duas nuvens de tempestade, seus punhos estavam cerrados ao lado do corpo e ela continuava a fitar os armários a sua frente.
- Everdeen? – David a chama cautelosamente, com a voz baixa. Só havia os dois ali agora e corredores vazios são ótimos formadores de eco. Pegando uma grande quantidade de ar, Jessica respira profundamente para ver se conseguia se acalmar. Ela ajeita sua bolsa em seu ombro e pega a outra direção do corredor, tentando entender porque Fitzgerald fez aquilo. “Por que ela contou sobre os comprimidos pros meus pais? Ela prometeu que não se meteria nisso!” E agora ela tinha que voltar para as reuniões de apoio e estava de castigo, sendo vigiada vinte e quatro horas por dia. E isso tudo era culpa de Alison!

#
Por mais impossível que isso parecesse, Alison conseguiu não se encontrar com Jessica ou David pelo resto da manhã. Na hora do almoço ela se certificou de ficar bem longe da mesa onde os dois estavam sentados. Ela não seria vista por eles hoje, nem que tivesse que se trancar no banheiro pra isso. Ali sabia que a amiga estava com muita raiva dela agora, que ela queria picá-la em pedacinhos e dá-la de comer aos cachorros. Alison não a culpava, o que ela fizera fora realmente horrível. Ela quebrara uma promessa e ainda acabara com a confiança de Jessica sobre ela. E o pior é que ela não podia se explicar. Não tinha explicação, na verdade. Mesmo sabendo as razões do por que fizera aquilo, se fosse ela no lugar de Jessica, não a perdoaria. Bem, Alison nunca perdoava. Ela só esperava que a amiga fosse diferente dela.
Enquanto seguia para a sua próxima aula, a loira se depara com uma cena um pouco curiosa: num canto mais afastado, quase totalmente encobertos pela grande árvore do pátio, Naomi e Taylor conversavam sentados numa das mesas ali dispostas. Eles olham ao redor e antes que pudessem encontrar Alison os espionando, ela se esconde atrás de um pilar, desejando muito saber fazer leitura labial. Ela tenta se lembrar de alguma vez que vira os dois juntos, mas não conseguiu. Ela nem sabia que os dois eram amigos. O sinal para a sexta aula bate e antes que saísse dali, Alison observa Naomi passar um pacote discretamente para Taylor, que o guarda rapidamente, antes que a loira pudesse reparar melhor no que se tratava. Os dois levantam-se e vão embora. Ali faz o mesmo, rezando para não dar de cara com Everdeen ou Thompson pelos corredores.

~”~
Na sala dos Cartwright, Alexandra e Jeremy conversavam um de frente para o outro. A loira relatava o que aconteceu no banheiro da lanchonete no dia anterior.
- Ela estava vomitando
- Eu sabia...
- Jeremy, o que ‘tá acontecendo? – ele olha para baixo, com um gosto amargo na boca ao dizer as palavras:
- Eu acho que a Madi está com algum tipo de distúrbio alimentar
- Distúrbio alimentar? A Madison? – Lexi parecia incrédula de início, mas o que ela lembra a seguir faz com que as suspeitas de Jeremy não fossem tão improváveis. – Se bem que...
- O quê?
- Há uns dois ou três anos Rachel e eu descobrimos que ela estava passando por algo parecido, só que ela tinha superado, eu tenho certeza. Não acredito que ela voltou com isso – ela balança a cabeça negativamente, terminando a frase numa voz baixa, como que tentando a convencer a si mesma.
- Talvez ela nunca tenha parado – esse pensamento faz com que o coração de Jeremy se condense ainda mais. Era como se uma mão estivesse apertando-o a ponto de estourá-lo. Ele se pergunta se era assim que Madison se sentia: sufocada, presa de alguma forma, sofrendo tudo isso sozinha.
- Não, ela estava bem. Alguma coisa a fez voltar. Tudo bem precisamos ajudá-la, temos que fazer algo! – Alexandra levanta-se do sofá onde estivera sentada, determinada a ajudar a amiga, mas essa determinação cai por terra ao ouvir a pergunta de Jeremy:
- Tipo o quê?
- Não faço ideia – a garota volta a se sentar, sua mente tentando ao máximo pensar em alguma coisa. Jeremy encosta sua cabeça no estofado, encarando o teto em silêncio. O que eles podiam fazer?

~”~
Alison termina seu banho e volta para o seu quarto. A garota congela no meio do cômodo, as mãos apertando a toalha que secava os seus cabelos. Ela desenrola o pano e o pendura na cadeira, indo até a sua cama e pegando a boneca em suas mãos.
- Mas como...? – ela olha automaticamente para a porta de vidro que dava para a varanda, num movimento rápido, Alison vai até ela e a tranca. Ela volta a olhar para a boneca de pano em suas mãos, a mesma que encontrou no teatro do colégio na noite de halloween. Ela gira a boneca e encontra um compartimento para pilhas em suas costas, debaixo da camiseta laranja, mas no lugar de pilhas tudo o que ela encontrou ali foi um bilhete:
Um presente pela a sua ajuda. Guarde-a com carinho. Vocês duas são mais parecidas do que você imagina. –G
- Filha da puta! – a garota diz com raiva, apertando a boneca em suas mãos. Ela ia jogá-la na parede, mas volta a fitá-la, medindo-a com o olhar e nota que ela tinha praticamente o mesmo comprimento do pacote que vira Naomi entregar a Taylor. Ali meneia a cabeça para os lados, tirando essa ideia de sua mente. “Você está ficando paranóica, Alison!” A loira rasca o bilhete e joga os pedacinhos no lixeiro de seu banheiro. – Eu não sou uma de suas bonecas!

~”~
Foi assim que Ashley chegou à conclusão de que estava mais fudida do que imaginava:
Após passar dias pensando, ela decidiu que o melhor a se fazer para esquecer de vez aquela história constrangedora com Cassandra era ficar com alguém, um garoto, talvez até mesmo arrumar um namorado. Todo esse tempo estando sozinha devia estar alimentando essas ideias sem fundamento na sua cabeça. Querer beijar Cassie de novo, isso era loucura! Ela não gostava de garotas! Muito menos de Cassandra Prescott!
Então estava resolvido: ela ficaria com um garoto – ou quantos fossem necessários! – e a festa de Nicole era o lugar perfeito para começar.
Enquanto dançava junto a alguns convidados num dos cômodos enormes da casa, ela viu: Logan Miller, o garoto por quem ela costumava suspirar dois anos atrás. Portador de um lindo par de olhos azuis e um sorriso encantador, que mostravam os seus perfeitos dentes brancos. Seus cabelos negros não eram mais tão compridos, o que de certa forma o deixava mais velho. Esses dois anos só serviram para deixá-lo ainda mais lindo, mas ela não havia dado muita importância para isso antes. Motivo? O garoto tinha uma namorada. Sorte do dia: eles haviam terminado alguns meses atrás e até onde Ashley sabia, ele continuava solteiro. Perfeito.
Porém sua sorte tinha um limite. E esse limite atendia pelo apelido de Cassie.
Após uma breve discussão mental se ia ou não falar com Logan, ela decidiu que não tinha nada a perder, mas ao chegar à metade do caminho, um ser loiro para na sua frente, impedindo-a de chegar até o seu destino.
- Ashley! – a morena tenta ao máximo não cruzar o olhar com a garota loira a sua frente, rezando mentalmente para que ela fosse embora logo. – Percebi que você tem me evitado. Algum problema?
Cassie mantinha um sorriso sacana no rosto, cujo foi facilmente decodificado por Ashley: a loira estava tirando uma com a cara dela.
- Não. Problema nenhum.
- Se é pelo o que aconteceu na festa de halloween, não se preocupe ok? – Cassie coloca uma mão no ombro de Ashley, sorrindo solidária. – Eu realmente achei que você não fosse se lembrar, por causa do MDMA e tudo o mais.
- Se você conseguiu se lembrar, por que eu não conseguiria?
- Porque eu não estava sob efeito de droga alguma.
- Como assim?
- Eu não tomei o MDMA ou nada parecido. Tudo o que eu fiz foi simplesmente porque eu quis – ela pisca um olho para a morena. – A gente se vê por aí Ash.
Ashley fica observando a outra se afastar, paralisada pela descoberta. Quer dizer que Cassandra quis beijá-la? E por que Ashley estava sorrindo? Isso não podia significar boa coisa...
_______________________________________________________________________
Hello everybody! Lembram que eu estava pensando em adicionar mais uma personagem? Aqui está ele: Logan Miller. Espero que gostem dele. Logo vocês saberão mais sobre "o ex-fascínio da Ashley".
E por falar em Ashley: o que vocês acharam da revelação da Cassie? Digo nada, só observo...
No próximo capítulo tem mais sobre a festa da Nicole. Até lá ^^
Respostas do cap. 20 e do selinho. ~Chu.
Logan "Miller", senhoras e senhores!
It can be too sexy for you.

Divulgando:

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Selinho! (=*u*=)


Regras:

Repassar o selo para 6 blogs;
Responder as perguntas abaixo.

01. Qual a história da sua URL?

Não é nada emocionante, então podem guardar os lencinhos de papel. .-.
O blog foi criado para postar uma história jemi chamada stay with you e por pura falta de criatividade (e muita preguiça) a url teve exatamente esse nome. Só acrescentando: stay with you vem de um trecho da música Wherever You Will Go do The Calling, mas eu particularmente prefiro a versão da Charlene Soraia (é meio bobinho, mas eu fiquei tão feliz quando ela tocou em Beauty And The Beast >.<)

02. O que mais gosta de fazer nas horas vagas?

Ler, ouvir música, passar um tempo vendo vídeos no youtube e no tumblr.

03. Animal preferido?

Difícil essa. Se eu pudesse eu transformaria minha casa num zoológico porque eu simplesmente amo animais, praticamente todos. Mas eu tenho um apreso muito grande por corujas e tigres brancos.

04. Cite algumas músicas que goste.

A love like war / Damned if I do ya - All Time Low
Whoever she is / Misery - The Maine
Bittersweet life - My Favorite Highway
Annabelle / She is killing me - A Rocket to the Moon
Transylvania / Friday Night / Lies - McFly

05. Comida preferida?

Batata (frita, assada, cozida, até crua eu como shuahsusah sério '-')

06. Cite algumas esquisitices suas:

Comer batatinha crua é esquisitice? .-.
Eu falo sozinha e tenho a capacidade de discutir comigo mesma o.õ
Não gosto de espelhos, ou qualquer coisa que me reflita;
As vezes passo minutos parada olhando pela janela do meu quarto e pensando em sei lá o quê;
Quando vou dormir, me cubro dos pés a cabeça e odeio me cobrir só com lençol (sofro no verão).
Vou parar agora ou vocês vão me achar uma louca...

Repassando para:
Facfics of Paradise (Secrets)
Coisas que eu sei
One Life, One Choice
O Ladrão de um Amor
Two Pieces
Laços de Sangue

Obrigada Luh pelo selinho *u*

sábado, 21 de setembro de 2013

Doce Sacrifício - Capítulo 20 [Destined to Explode]

Musica tema: Time Bomb [All Time Low] *fangirling*

A moto é estacionada na garagem, o garoto moreno desce da mesma e tira o capacete da cabeça. Ele abre a porta de sua casa e deixa o capacete em cima da mesinha de vidro no corredor, indo em seguida até a sala de estar, onde encontra uma garota loira sentada no sofá, mas que se levanta assim que o vê chegar.
 - Precisamos conversar – Alexandra diz, sem delongas. Disso Harry já sabia, era o que sua mensagem dizia afinal.
- Sobre?
- A mãe do Nick.
- O que tem ela? – ele esboça um sorriso debochado. – Você está com ciúmes?
- Vai se foder Harry! – Alexandra rola os olhos, ainda sem perder a calma na voz. – Eu só quero saber qual é a sua relação com ela.
A relação deles? O quê e o jeito como Lexi falou lembraram Harry de sua tia Rose. O fato fez com que ele soltasse uma leve risada.
- O quê?
- Eu quem pergunto o quê! – esqueçam a calma, Lexi agora estava realmente irritada. – O que é que tem de errado com você?! Mas que porra você está fazendo da sua vida Jones?!
Os dois se encaram por alguns segundos, em silêncio. Ela esperando uma explicação para todas as coisas idiotas que ele começara a fazer e ele querendo muito que ela simplesmente fosse embora. O que ela estava fazendo ali afinal? Será que Lexi não percebia que ela é o que havia de errado com ele? Que vê-la só o deixava mais infeliz?
Harry fecha os olhos, concentrando-se em sua respiração.
- Lex...
- Deixa pra lá Harry, a vida é sua, certo? Você faz o que bem entender com ela – Lexi tenta esboçar um sorriso compreensivo. Sua tentativa falha miseravelmente, então ela simplesmente lhe dá as costas e sai pela porta, concretizando o pedido silencioso de Harry. A verdade é que ela também não sabia o que estava fazendo ali. Ela não tinha direito algum de criticá-lo, de pedir por explicações, afinal eles não tinham ligação alguma. Aquilo era ridículo! O melhor que ela podia fazer era sair dali de uma vez.
Ethan Jones entra em sua sala de estar e encontra o sobrinho sentado no sofá, sozinho, de cabeça baixa.
- Bela moça aquela. Sua namorada? – Harry nega com a cabeça, fitando um ponto qualquer a sua frente, mas dirige o olhar para o tio assim que este chama seu nome. – Você é a única coisa boa que meu irmão fez, não estrague isso garoto.
Ethan entra na cozinha e Harry tira um pequeno frasco de sua jaqueta preta, o mesmo que oferecera a Jessica mais cedo. Ele pega um dos comprimidos ali de dentro e o leva a boca, deixando-o derreter em sua língua. Por mais que ele quisesse, não poderia obedecer a seu tio em tudo, não é?

~"~
Os raios de sol invadem o quarto, devido às persianas esquecidas abertas na noite anterior, ao mesmo tempo em que o relógio de cabeceira começa a apitar. Nicole abre os olhos e desliga seu despertador. Ela fica de pé num pulo e corre até o calendário pendurado na parede lilás. Estava bem ali, destacado com caneta vermelha, o único dia do ano que valia a pena: o seu aniversário. A morena dirige-se até o seu banheiro para um relaxante banho de espuma e após vinte minutos ela já estava de pé em frente ao seu espelho, decidindo o que fazer com os seus cabelos castanhos e longos, chegando à conclusão de que soltos e lisos era o melhor. Cantarolando baixinho uma música da Britney Spears, Nicole chega à cozinha, dando de cara com seus pais segurando um bolo com glacê cor-de-rosa e cantando parabéns pra você. A garota apaga as velinhas e abraça seu pai, enquanto sua mãe deposita o bolo no balcão de mármore, para evitar acidentes. Daniel olha para a filha e faz uma careta.
- Tem certeza que esse não é o seu uniforme do fundamental? – Nicole revira os olhos, sua saia nem estava tão curta assim. Melissa estende uma caixa a sua frente e os olhos de Nicole brilham.
- Vamos querida, abra – ela obedece a sua mãe e puxa o delicado laço, tirando a tampa da caixa e encontrando o seu presente: um vestido preto curto, tomara-que-caia, com um trabalhado de pretas brancas no busto. – Você pode usá-lo em sua festa no sábado.

~"~
- Tudo bem, quem foi? – Jessica pergunta aos dois adolescentes sentados numa das mesas do pátio do Roundview.
- Quem foi o quê? – Alison retruca surpresa com tamanha irritação logo de manhã.
- Meus pais descobriram sobre os comprimidos na boneca, alguém contou pra eles e vocês dois são os únicos que sabiam sobre isso.
- Não fui eu, juro! – David ergue os braços, livrando-se da acusação.
- Talvez não sejamos os únicos. Você esqueceu uma pessoa, uma pessoa que sabe de tudo: uma letrinha inconveniente que vem nos atormentando há meses.
- Você acha que... – Jess encara a amiga, realmente aquilo fazia sentido. – Aquela filha de uma...! – ela leva as mãos ao rosto e senta num dos bancos antes que explodisse de raiva. – Agora eu tenho que voltar a frequentar as reuniões do NA*, eu odeio aqueles caras! – então solta um suspiro, um pouco mais calma. – E estou de castigo, não vou poder ir à festa da Nicole.
- O quê? – agora quem parecia nervosa era Alison. Jessica não parece notar isso e somente dá de ombros, acrescentando:
- Tudo bem, eu nem tava muito a fim de ir mesmo.
- Ta, mas e eu?
- Seus pais também te deixaram de castigo? – David decide voltar pra conversa, especialmente para irritar a loira, que ignora o seu comentário sarcástico.
- Eu não vou àquela festa sozinha.
- Se quiser, podemos ir juntos – essa é uma puta ideia bacana David, só que não.
- Não, valeu. Um pedófilo armada é mais seguro.
- Sabe as palavras? Elas machucam.
- Sabe aquela parede ali? Vai ficar com um buraco e a sua cabeça nele se você não calar a boca.
Então os dois resolvem se ignorar novamente e Jessica se pega sorrindo. Era quase como se ela tivesse voltado quatro anos atrás.

~”~
A campainha toca e Marta pára seus afazeres na cozinha para ir atender. Ela era a empregada dos Everdeen, mas Jessica sabia que seus pais só a mantinham ali pra que ela ficasse de olho na garota. Marta abre a porta, deparando-se com um garoto moreno cujo esboçava um belo sorriso.
- Boa tarde Marta.
- Boa tarde Sr. Campbell. Entre.
Jessica aparece ao pé da escada no momento em que o garoto chega à sala.
- Com licença – Marta retira-se rapidamente, voltando para a cozinha. Sua torta estava no forno e ela de jeito nenhum a deixaria queimar.
Joshua esboça um sorriso tímido para a garota de braços cruzados que vinha em sua direção.
- O que você está fazendo aqui?
- Depois de ter que aturar suas alucinações ou sei lá o que por uma tarde inteira, é assim que você me recepciona?
Vai jogar na cara agora? E foi você quem quis ficar lá. Viado!
- Nem foi tão ruim assim vai...
- Sério? Eu quase apanhei de uma velhinha no meio da rua por sua causa! – Jessica solta uma risada pela lembrança.
- Desculpa. Mas de verdade agora, o que você quer?
- Trabalho de Sociologia, se esqueceu?
- Puta, é verdade!
- Senhorita Everdeen, olhe o linguajar! – a empregada vulgo babá de Jessica aparece na sala, com um espanador em mãos.
- Desculpe Marta. Joshua e eu vamos subir pro meu quarto, tudo bem?
- O que vocês vão fazer lá? – os dois jovens trocam um olhar malicioso, só por brincadeira.
- Você quer mesmo saber Marta? – a garota responde com outra pergunta, encarando os olhos castanho-esverdeados de Joshua. Ambos tinham um sorriso sombeteiro no rosto, cúmplices na brincadeira. Já a cara de Marta dizia: poupe-me dos detalhes, criança.
- Não. Desde que não usem nada ilegal ou ilícito, pra mim tanto faz.

~"~
Madison devorava seu enorme sanduíche junto a um imenso copo de refrigerante, ao seu lado Jeremy parecia surpreso por vê-la comendo alguma coisa, talvez toda aquela desconfiança fosse coisa da sua cabeça. Já do outro lado da mesa Nicholas e Alexandra comiam tranquilamente seus lanches, Nick tinha um braço envolto ao ombro da namorada e os dois riam de algo que ele havia dito. Madi termina com o conteúdo de seu copo e levanta-se.
- Vou ao banheiro, volto já.
- Quer que eu vá com você? – Lexi se oferece para acompanhá-la e Madison hesita, Jeremy percebe que ela ficou um pouco nervosa.
- Não precisa – dando um meio sorriso Madison segue até o banheiro.
- Lexi? Pode ir atrás da Madi, por favor? – Jer pede, ainda fitando o caminho que a namorada acabara de fazer.
- Por quê? – ela retruca confusa, olhando dele para o corredor. Jeremy suspira, um pouco irritado, ela estava perdendo tempo.
- Só vá, Lexi, rápido.            
Ainda sem entender nada, Alexandra levanta-se e vai atrás da amiga, passando pelas outras mesas até chegar aos fundos da lanchonete.
- ‘Tá tudo bem? – Nick questiona o irmão assim que os dois ficaram sozinhos.
- Espero que sim.

~"~
Ao chegar ao banheiro Lexi ouve ruídos estranhos, sem fazer barulho ela aproxima-se das cabines, notando que o som vinha de uma delas. Ela sabia do que se tratava, mas achou melhor não tirar nenhuma conclusão precipitada, talvez não fosse Madison ali. Ao ouvir o som da porta destravando ela se esconde atrás do pilar perto da porta, sem realmente saber o motivo, e observa enquanto a amiga ia até o lavabo, com um rosto pálido. Julgando que já vira o suficiente, Lexi deixa o banheiro e esboça seu melhor sorriso ao chegar à mesa onde os garotos estavam. Ao se sentar ela lança, disfarçadamente, um olhar de “precisamos conversar” a Jeremy.

~"~
O quarto estava exatamente como Joshua se lembrava: as paredes lilás com os mesmos pôsteres pendurados, as mesmas persianas brancas, a estante cheia de livros. Contudo, ele notou uma pequena diferença: uma das prateleiras – e ele se lembrava muito bem – que antes sustentavam cinco bonecas de vestidos feitos pela avó de Jessica, agora estava vazia. Ele espera Jessica tirar seu violão e algumas partituras de cima da cama para se jogar na mesma, colocando o Woody de pelúcia que estava ali sobre seu colo. Folgado, o Campbell? Imagina...
Jess revira os olhos pelo garoto espaçoso e bate em uma de suas pernas.
- Tire esses pés imundos de cima da minha cama – Josh ri, mas faz o que ela pediu, sentando-se e colocando seus pés no chão enquanto a observava ir até a sua escrivaninha, pegar uns papéis e voltar.
- Certo, por onde começamos? – antes que ele pudesse responder seu celular toca, indicando o nome de Naomi na tela. Jessica parece ter notado, pois faz uma careta e logo dispara:
- Como você a aguenta? – “droga! Eu disse isso em voz alta?”. Joshua ri, interrompendo os pensamentos dela sobre se jogar pela janela.
- Eu preciso – “precisa? Como assim?”, isso ela não diria em voz alta. Josh ignora a ligação e sorri para a garota a sua frente. – mas não por hoje. Senta aí, vamos começar.
__________________________________________________________________
*NA: Narcóticos Anônimos.
Uau, duas semanas! O primeiro recorde de atraso em DS! Em vez de ficarem bravas comigo, deveríamos comemorar - sqñ.
Nesse capítulo eu não quero que vocês comentem, quero que vocês critiquem, beleza? Mas construtiva e racionalmente. Digam o que está faltando, o que não estão entendendo, o que eu preciso acrescentar, o que eu preciso tirar. Isso é importante para que eu tenha uma base, caso contrário eu vou me perder, vocês vão se cansar da história e eu vou ficar frustrada, de modo que não me sobraria alternativa a não ser desistir de DS.
Agora que eu já coloquei pressão o suficiente, que tal fazer esse pequeno favor pra mim? Grata.
Não obstante, quero me desculpar pela demora pra postar esse capítulo, não vou dar desculpas só vou dizer que semana que vem tudo volta a normalidade.
PS: Alguém aí está acompanhando The X Factor? Só pra saber...
Pra finalizar: visitem meu outro blog e deem sugestões de posts, seria de grande ajuda.
Xoxo
-G

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Doce Sacrifício - Capítulo 19 [All I Wanted Was You]

Musica tema: All I Wanted [Paramore]

Pesquisa de campo, sério? Katie realmente não tinha mais o que inventar. E quem tinha que pagar por toda a sua criatividade era a pobre Jessica, que no momento andava ao lado de Josh, ambos com alguns formulários em branco nas mãos, os quais seriam preenchidos pelas pessoas escolhidas aleatoriamente por eles na rua. Os dois só falavam quando era extremamente necessário e decidiram que cada um escolheria uma pessoa para fazer o questionário, com a desculpa de que assim eles terminariam mais rápido, porém a intenção era somente ficar um o mais longe possível do outro. A verdade é que eles não sabiam como se comportar ou o que dizer quando estavam juntos e o distanciamento foi a única solução plausível que ambos encontraram.
Tudo ocorria normalmente bem, até que uma voz feminina chama o nome de Joshua e, quando ambos se viram, Jessica reprime a vontade de fazer uma careta ao ver Naomi Bakker vindo em sua direção. Ou melhor: na direção de Joshua, já que esta ignorara completamente a sua presença. Depois de cumprimentar Josh com um abraço e um beijo na bochecha – desnecessário, na opinião de Jessica –, Naomi pergunta:
- O que vocês estão fazendo aqui?
- Pesquisa de campo, para um trabalho de sociologia – Josh responde, mostrando suas folhas de questionários.
- Parece divertido – a ruiva olha pela primeira vez para a outra garota ali. – Você não se importa se eu acompanhá-los, não é?
Por quê? Você nem está nessa aula”, era o que Jessica queria dizer, mas seus pais lhe deram educação e ela não queria que pensassem que ela estava com ciúmes da amiguinha do Josh ou coisa do tipo. Então ela somente dá de ombros, fazendo a melhor cara de despreocupada que conseguiu.
- Tanto faz – “desde que não me atrapalhe”.
Mas é claro que atrapalhá-la era tudo o que Naomi queria.

Matthew estaciona na frente da casa de Emily. Ele desce do carro e vai ao encontro da morena que o esperava de pé na varanda. Matt não estava muito certo de que aquela ideia iria funcionar.
- Tem certeza que isso vai dar certo Vanessa? – ele pergunta de uma vez, dispensando cumprimentos.
- Claro. Ela costumava te ouvir.
- Disse bem: costumava.
Vanessa sabia que não seria fácil. Matthew não acreditava que tinha todo esse poder sobre ela e Emily nunca admitiria, mas se existia alguém capaz de fazê-la escutar e de influenciá-la, esse alguém era Matty.
- Nós já estamos aqui, o que custa você entrar lá e falar com ela?
- Se ela não quis ouvir você, que é a melhor amiga dela, por que ela ouviria a mim? E isso não tinha que ser um trabalho dos pais dela?
Tinha. Se ao menos Emily conversasse com eles, mas ela fazia de tudo para passar despercebida e não contar absolutamente nada aos pais.
- Eles não sabem da história toda e eu acho melhor nem contar.
- Ela continua bebendo e usando drogas, não é? – Vanessa afirma com a cabeça, sem olhar para ele, sentindo que parte daquilo era culpa dela. – Você é a amiga, deveria tomar conta dela!
- Eu tentei! Mas você sabe como Emily é: quando quer fazer alguma coisa, ninguém consegue impedi-la!
- Então por que eu estou aqui?
- Estou contando com o fato de que você seja uma exceção – ela o olha suplicante, seus olhas gritando um “por favor”. Matthew suspira, cedendo e caminha até a porta.
- Certo eu vou tentar conversar com ela – Vanessa abre um sorriso maior que o rosto. – Mas não tenha muita esperança – o sorriso da garota não se abala. Ela realmente acha que Emily o ouviria? Por acaso ela também acreditava em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa?

Dez minutos e mais três formulários preenchidos depois, Jessica estava a ponto de jogar seus papeis ao ar, gritar um grande e belo “foda-se” e sair dali deixando aquelas duas criaturas pra trás. Ela nunca sentira tanta raiva de alguém na vida! (afinal David e –G eram exceções.) Naomi só podia estar fazendo isso de propósito! Jessica não sabia como Joshua conseguia aguentar aquela garota, ela não desgrudava dele por um minuto sequer, ria de tudo o que ele dizia e ficava mexendo no cabelo dele o tempo inteiro, além de colocar defeito em tudo o que Jessica fazia ou falava.
Alguém lá em cima deve realmente me odiar!
Entretanto, quando ela estava a ponto de arrancar fio por fio daquele cabelo tingido de vermelho da garota-diabo, Jess finalmente encontrou sua luz no fim do túnel.
Talvez Deus tenha ficado com pena de mim e me dera uma saída para essa situação”.
Encostado numa moto, em frente a uma lanchonete, estava Harry, digitando distraidamente algo em seu celular. Sem dizer nenhuma palavra aos dois jovens que a acompanhavam, Jessica vai ao encontro do garoto.
- Harry, pelo amor de Deus, me diz que você tem alguma coisa aí!
- Alguma coisa? – o garoto meneia a cabeça para o lado em dúvida, mas logo percebe onde ela queria chegar. – Ah! Alguma coisa...
- É lerdo, alguma coisa, qualquer coisa! Tem ou não?
- Tenho, mas primeiro me diz: qual o motivo desse desespero todo?
- Deixa de ser curioso garoto!
Harry olha por cima do ombro da garota e vê, do outro lado da rua, Naomi pendurada em Josh, ambos rindo, sem prestar a mínima atenção nos dois.
- Ah, saquei – ele sente-se mal por Jessica, afinal ele sabia muito bem como era ter que ver a pessoa de quem gostava com outro. – Aqui, mas pega no máximo dois! – Harry tira um frasquinho branco de dentro do bolso e o estende para a garota, que o pega e franze o cenho ao ler o rótulo.
- Suprimento de ferro?
- Não sou tão lerdo assim, eu sei disfarçar as coisas.
Jessica dá de ombros e abre o frasco, pegando dois comprimidos e os levando a boca.
- Valeu cara, fico te devendo essa – ela lhe devolve seu “suprimento de ferro” e volta para o casal feliz, já que não tinha outra opção.
- Disponha – “e eu vou cobrar”, Harry sorri sozinho com o pensamento e sobe em sua moto. Antes de Jessica aparecer ele recebera uma mensagem de Alexandra, o ato em si já era uma grande surpresa, mas ele não conseguia ficar feliz com isso. Ela dissera que precisava falar com ele com urgência e isso não podia significar uma coisa boa, porém ele se comprometera a ir e agora ele não tinha outra opção a não se encontrar-se com Lexi. “Prepare-se para o apocalipse, Harry

- Você já sabe que eu estou bem, por que ainda está aqui?
Emily olha para o garoto estirado na cadeira de sua escrivaninha. A mesma encontrava-se sentada na beirada da cama, de frente pra ele, com uma almofada lilás no colo.
Matthew ajeita-se na cadeira de estofado preto, colocando os braços nos apoios laterais da mesma e cruzando os dedos das mãos sobre a barriga.
- Você já foi mais legal – ele diz por fim, somente pra provocar.
- E você já foi menos intrometido – ela retruca, ainda com a expressão séria.
- Eu só quero ter certeza de que você está realmente bem.
- Por quê? Você nunca se incomodou com como eu me sentia.
Matt mexe-se em seu acento, inquieto, sentindo-se um pouco desconfortável.
- Isso não é verdade.
- É sim! – Emily joga a almofada de lado e começa a falar gesticulando com os braços. – Sempre tinha algo mais importante e eu era sempre deixada de lado. Você nem ao menos se deu ao trabalho de perguntar como eu fiquei depois da morte da Brenda!
- E o que isso tem a ver?
- Tudo Matthew! – a garota levanta-se, o encarando com raiva. – A única coisa que você fez foi garantir que nada ligasse Alison e Jessica ao acidente dela!
Matt fica de pé também, não gostando nada do que ela estava insinuando. O que ele fez foi pensando nela também, em todos os quatro.
- Isso incluía você também!
- Não importa! Você só fez aquilo pra proteger a Jessica. E eu, Matthew? Brenda era minha melhor amiga, você ao menos parou pra pensar nisso? – não. E ele admitia: ficou tão preocupado com o que poderia acontecer se descobrissem a ligação deles com Brenda que se esqueceu completamente desse fator.
- Eu... – Emily caminha até a porta, abrindo-a e diz sem olhar para ele, afinal não queria que ele notasse as lágrimas formando-se ali:
- Vai embora Matthew, por favor.
- Emily...
- Vai embora, agora! – não adiantava discutir e Matt sabia disso, então ele simplesmente passou pela porta, deixando a garota sozinha ali como ela avia o pedido e enquanto descia as escadas pôde ouvir a porta de seu quarto batendo com força. Vanessa estava sentada no sofá da sala, entretida com a televisão, mas assim que o nota, levanta-se, com uma expressão preocupada.
- Matt? – ele não a responde, indo direto até a porta de entrada, não conseguindo se impedir de também usar da força ao fechá-la. Vanessa sobe as escadas apressadamente e abre a porta do quarto de Emily, encontrando-a sentada sobre o estofado na janela.
- O que aconteceu?
A morena não dirige o olhar para a amiga que acabara de entrar, limitando-se a um leve suspiro e ainda olhando através do vidro, por onde se via Matthew entrar em seu carro e desaparecer ao virar a esquina, ela pergunta num tom cansado:
- Não tem nada que eu possa fazer pra ele me amar mais do que a ela, tem?

Assim que Jess retorna, Joshua a olha com a testa franzida, como que lhe perguntando o que ela tinha ido fazer, mas a garota o ignora completamente, pegando as folhas da sua mão e misturando-as com as dela.
- Isso deve bastar por hoje. Eu vou levar os formulários pra casa e fazer as observações necessárias, talvez eu termine o relatório até amanhã.
- Acho que “trabalho em dupla” significa que temos que fazer isso juntos – Josh diz num tom sarcástico, afastando-se de Naomi, que insistia em ficar agarrada em seu braço.
Jessica solta um suspiro, ela nunca fora boa em dividir tarefas e ela realmente não queria trabalhar junto com ele, aquela tarde já tinha sido o suficiente. Mas a ideia de passar um tempo a sós com Joshua, sem a presença daquele ser irritante que atendia pelo nome de Naomi, era uma oferta que ela infelizmente não conseguia negar. Entretanto, ela se esquecera do fator “comprimidos que pegara do Harry” e quando os efeitos começaram a surgir, ela se deu conta de que não lhe perguntara o que era, ou quanto tempo aquilo duraria. “Você está ficando muito irresponsável Jessie
- E então? – Josh lhe questiona, esperando que ela respondesse o que ele havia lhe perguntado anteriormente, mas ela não podia, visando que a garota nem mesmo ouvira o que ele dissera. – Jess?
- Hm? – ela resmunga distraída observando um gato pular a cerca da casa na qual ela estava parada em frente e se esgueirar por entre as flores. Ela sempre quisera um gato, talvez ela adotasse um, e colocasse o nome de Kyo-kun*.
- Você ao menos está me ouvindo?
Naomi revira os olhos e volta a enroscar-se no braço do garoto.
- Deixa ela Josh, não está vendo que a menina está completamente chapada?!
Josh suspira pesadamente e balança a cabeça em negação, ele livra-se – mais uma vez – do aperto da ruiva e coloca uma mão no ombro de Jessica.
- Vem Jess, vou te levar pra casa.
Ela afasta-se dele, tirando a mão do garoto de cima dela.
- Não precisa, eu sei o caminho – ela olha para os lados, localizando-se e nota que está um pouco longe de casa. A garota fica cansada só de pensar em tudo o que teria que andar e decide que ficaria por ali mesmo. – Acho que vou ficar naquela lanchonete do outro lado da rua.
- Tudo bem, eu vou com você.
- Pra quê? – era o que Jessica queria perguntar, mas Naomi fora mais rápida.
- Nos falamos amanhã Naomi, ok?
A garota olha incrédula para ele e logo em seguida para a outra. Contra sua vontade ela responde:
- Ta – ela dá um beijo na bochecha do garoto, sussurrando um “tchau” e começa a andar, deixando Joshua sozinho com Jessica, que puxara uma mecha de seu cabelo roxo, fazendo uma trancinha ali.
______________________________________________________________________________
*Kyo-kun: personagem do manga/anime "Fruit Basket" que sustenta o espírito do gato, podendo se transformar no animal.

domingo, 1 de setembro de 2013

Doce Sacrifício - Capítulo 18 [Well, I've had enough]

Musica tema: Bittersweet Life [My Favorite Highway]
Ouçam, é muito linda *u*

No laboratório de química, o Sr. Snicket dava mais uma de suas aulas práticas. Era em horas como essa que ele ficava feliz em ter feito aquele seguro de vida, o que pode até parecer exagerado, mas em todos os seus anos de carreira já acontecera tantos acidentes que ele ficava com frio na espinha só de lembrar. O que ele não sabia era que se alguém não tirasse logo aqueles tubos de ensaio das mãos da Alison, outro acidente poderia acontecer ali, afinal a garota estava tão concentrada no que fazia que poderia muito bem explodir a sala a qualquer momento. Graças a Deus, Nicholas, seu parceiro de laboratório, percebeu que a garota não estava muito apta para aquele serviço e se ofereceu a terminar o experimento enquanto ela fazia as anotações no caderno. Assim que terminou, Nick virou-se para a garota e a estudou por um instante. Alison sempre fora tão alegre e empenhada em puxar assunto com ele, porém agora ela nem parecia notar a sua presença, o que faz com que o garoto pense que havia algo de errado. Nick senta-se ao seu lado e espera a garota terminar de escrever para lhe perguntar:
- Você está bem?
Aquilo pegara Alison de surpresa. Ela tinha consciência de que ficara perdida em seus pensamentos boa parte da aula, mas não sabia que fora tanto ao ponto de Nicholas, o garoto mais desatento do mundo, perceber.
- Claro, estou ótima – a loira diz calmamente com um sorriso de canto, arrumando os tubinhos no suporte. Podia até ser, mas que tinha algo a incomodando, isso tinha. Nick resolveu chutar um palpite:
- Você já falou com o Doug?
- Ainda não... – “e nem quero”, ela completou mentalmente. – Você já?
- Sim, ele me chamou a sala dele hoje mais cedo.
- E está tudo bem?
Nick esboça um meio sorriso, cujo Alison achou muito sexy, e decide responder com outra pergunta:
- Por que não estaria? – ela até poderia listar alguns argumentos como resposta, se não estivesse tão ocupada amaldiçoando os pais de Alexandra por terem-na concebido.

~"~
Talvez fosse coisa da sua cabeça, mas Ashley tinha a incomoda sensação de que estava atraindo mais olhares do que gostaria por onde passava. Durante as aulas alguns alunos a olhavam não tão disfarçadamente e faziam um ou outro comentário com os colegas. O mesmo acontecera no refeitório. Cada vez mais ela acreditava que aquilo tudo não era fruto de sua imaginação e sim culpa do que acontecera naquela festa, mais especificamente da foto naquele site idiota onde ela estava beijando aquela outra garota. Cassandra Prescott. Cara, aquilo era tão humilhante, com tantas outras pessoas naquela escola, por que justo ela? Cassandra era uma vadia que sempre gostara de irritá-la, e dessa vez não seria diferente, afinal quem visse a fotografia não conseguiria distinguir que aquela era a Prescott. A loira saíra com a vantagem mais uma vez.
Porém, o que Cassie poderia aprontar era o de menos, Ashley estava mais preocupada com o que aquele ato significava pra ela. Na ocasião ela estava drogada e o beijo podia ter sido com qualquer um, homem ou mulher. E ela não via o porquê de ficar se lembrando o tempo todo sobre isso, sonhando sobre isso. Desnecessário, realmente desnecessário. Só que o pior de tudo é que uma parte dela – mas uma parte bem pequena – queria que aquilo se repetisse e dessa vez ela não tinha o efeito do MDMA para usar como desculpa.

~"~
Por que Senhor? Eu aceitaria qualquer um, até mesmo Frank! Juro que nunca mais vou tratar mal o garoto magricela e espinhento, mas, por favor, me diga que eu li errado e minha dupla não é o Joshua, por favor!
Não, ela não lera errado. Katie, sua professora de sociologia, havia mesmo colocado-a junto com Josh naquele trabalho. Se não tivesse outros alunos ao seu lado lendo o memorando colado à parede, Jessica já teria arrancado o maldito papel dali, o picado e feito Katie engoli-lo. Mas ao invés disso, ela respirou fundo três vezes e se virou, com a intenção de sair logo dali, porém seu corpo decidiu brincar de estátua quando seu olhar cruzou com o dele. Josh a fitava a alguns passos de distância com uma expressão neutra, o que não lhe dizia muita coisa. Será que ele já viu a escolha das duplas? Jessica obrigou suas pernas a se moverem para longe, ela não queria ficar ali para descobrir.

~"~
Vanessa vira o corredor apressadamente, esbarrando em alguém com tal força que os dois poderiam ter ido ao chão se a outra pessoa não tivesse um equilíbrio melhor do que o dela.
- Opa! Calma aí! – uma voz masculina diz, segurando-lhe os braços. Vanessa olha pra cima, deparando-se com um Taylor sorrindo pra mesma.
- Desculpa...
- Tudo bem – ele a solta, ainda com o sorriso no rosto – mas pra que essa pressa toda?
- Eu ‘to preocupada com a Emily, ela não veio pro colégio hoje. Estou indo na casa dela pra ver se está tudo bem. Alias, acho que você é quem deveria fazer isso.
O sorriso do garoto desaparecera no momento em que ela falara o nome de Emily, agora seu rosto esboçava uma careta que deixava bem claro que aquele era o último assunto do qual ele queria falar.
- Eu deveria? E posso saber o porquê?
- Por que ela está esperando um filho seu – Vanessa diz como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo e, que em certo ponto, era mesmo.
- Você não tem como ter certeza, eu não fui o único com quem ela ficou naquele período de tempo.
- Não importa! Ela precisa de você, precisa de alguém que assuma a responsabilidade com ela! E se ela diz que o filho é seu, eu acredito. Ela não mentiria sobre algo tão sério.
- Eu já disse que só vou tomar partido quando eu tiver certeza. E você não estava toda apressada? É melhor ir logo – Taylor diz num tom frio, afastando-se para que ela pudesse passar e ir embora de uma vez.
- Covarde – Vanessa diz em voz baixa, mas alta o suficiente para que ele pudesse ouvir, e volta a fazer seu caminho pelo corredor. Ela sempre soube que Taylor era um imbecil, mas agora ele estava passando dos limites.
O que nenhum dos dois percebeu é que um terceiro acompanhava a conversa. Após Taylor sair pelo corredor – na direção contraria a Vanessa –, Matthew desencosta-se da parede na qual ficara escondido ouvindo, permanecendo ali por um instante, com a incômoda sensação de que ele deveria fazer alguma coisa a respeito daquilo, mesmo que nada disso fosse problema dele.

~”~
Madison pega o último cupcake da caixa, devorando-o rapidamente. Não demora muito para que a culpa comece a pesar em seu estômago e mais do que depressa a garota amassa a caixa de papelão, jogando-a no lixo logo em seguida e sobe as escadas, tomando o caminho do banheiro. Seu corpo já estava tão acostumado com aquela rotina que ela nem precisou fazer muito esforço para devolver todo o doce que havia ingerido.
Assim que a garota deixa o banheiro, encontra sua mãe, que acabara de chegar do trabalho, adentrando o corredor.
- O que foi querida? Você parece meio pálida – Angie pergunta à filha com um semblante preocupado, mas logo abre um sorriso. – Por que não chama suas amigas para ir à praia nesse fim de semana, pra pegar uma corzinha?
- Praia? Aquele lugar onde as garotas usam biquínis? Nem pensar! – Madison solta automaticamente, fazendo sua mãe dar uma leve risada.
- Certo talvez você queira entrar numa academia primeiro – sua mãe diz num tom divertido, sabendo do sério problema de sedentarismo vulgo preguiça da filha. – Já comeu?
- Já.
- Espero que não tenha sido alguma porcaria que comprou na rua. Lembre-se de sua tia Josephine, você não quer ficar igual a ela, quer?
- Não.
- Ótimo – Angie deposita um beijo na testa da filha e vai para o seu quarto, ansiosa para tomar um banho relaxante após o longo dia que teve.
Madison solta um suspiro e vai para o seu quarto também, parando em frente ao espelho de corpo ao lado da porta. Ela analisa seu reflexo e faz uma careta para a imagem que vê. Tia Josephine era a irmã “fofinha” de sua mãe, a única entre as cinco filhas. Ela era um amor de pessoa, sempre aparecia com uma dieta nova da qual não durava muito tempo já que ela também era uma amante incondicional de doces e frituras. E por mais que gostasse da tia, Madison definitivamente não queria ser igual a ela.

~”~
Alguém resolveu que hoje seria o pior dia na vida do Nick por acaso? O garoto não conseguia tirar da cabeça a cena que vira na sala de sua casa, aquilo foi constrangedor e nojento ao mesmo tempo. Sua mãe nunca fora muito certa das ideias, mas o que ela fez agora extrapolou todos os limites! E o pior é que Jeremy não estava nem aí. “Ela só está tentando se vingar do nosso pai” foi o que ele disse antes de voltar a sua atenção para o videogame.
Agora Nick estava sentado no capô de seu carro, perto da pista de corrido, observando os carros passarem por ele. Nicholas fica de pé num pulo, encarando com raiva o garoto que se aproximava.
- Mas que porra você está fazendo aqui?
- Desde quando eu te devo explicações Marshall? – Harry diz num tom indiferente, mas o divertimento em seu rosto era perceptível.
- Eu só não quebrei a sua cara antes em respeito a minha mãe, mas agora não tem nada me impedindo, então eu sugiro que vá embora se não quiser acordar numa cama de hospital!
Nicholas queria muito arrancar aquele sorriso idiota do rosto de Harry da maneira mais dolorosa possível, mas bem nesse momento Alexandra aparece ao lado dele, acompanhada por Raphael.
- Ei! O que está acontecendo aqui? – a garota pergunta, percebendo o clima nada amigável.
- Nicholas está irritadinho porque eu peguei a mãe dele.  
- Você o quê? – Lexi e Raphael perguntam em uníssono, incrédulos com o que acabaram de ouvir.
- E tenho que admitir que a Sra. Marshall é bem gostosinha – Harry sabia que estava assinando sua sentença de morte, mas conseguir deixar Nick naquele estado era impagável. Ele nem bem terminara de falar e Nicholas já tentava chegar até ele, provavelmente pra arrancar todos os seus dentes, mas graças à Alexandra e Raphael, que o seguravam, Harry continuou inteiro.
- Harry! – Lexi chama sua atenção. Ela tinha uma mão no peito do namorado e a outra segurava firme o braço esquerdo do mesmo. A garota não parecia nada contente, ao contrário de Harry, que esboçava um sorriso divertido.
- O quê?                                                                         
- Vai embora Jones, agora! – esse foi Raphael, que também não estava achando graça da situação.
- Tudo bem – o garoto olha diretamente para Nick, um brilho de divertimento em seus olhos. – Talvez eu dê uma passada na sua casa, pra ver como sua mãe está.
Encarando-o com uma expressão mortal, Nick tenta ir até ele mais uma vez, para socá-lo até a morte, mas Raphael e Alexandra continuavam o segurando, impedindo-o de concretizar seus planos.
- Harry! – Lexi exclama novamente, ele já tinha passado de todos os limites. O garoto ergue os braços em sinal de redenção e vai embora. Afinal, ele já conseguira o que queria por hoje mesmo.